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Câncer da Mama

Por John R. Lee, MD, Virginia Hopkins e David Zava, PhD
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Primeiro capítulo do livro do Dr John Lee: 
"What your doctor may not tell you about breast cancer".
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Tradução autorizada a título de comentário, conforme nota no site de origem. Ver original no
site do autor, Dr John R. Lee, em http://www.johnleemd.net/books/breast_cancer_chp1.html


Capítulo I

História e Política da Indústria do Câncer da Mama

Por que parece que não conseguimos prevenir ou curar o câncer da mama

Tradução: NovaTRH <www.novatrh.net>

Por que a medicina moderna não chega a lugar algum nas suas tentativas de tratar o câncer da mama? Nossa pesquisa concluiu que a resposta a essa pergunta reside principalmente na política da medicina, na indústria do câncer e nas indústrias que criam os poluentes que contribuem para o câncer da mama. Acreditamos que a única forma de realmente prevenir o câncer da mama é abandonar a atual forma de se fazer as coisas na medicina e interromper a poluição indiscriminada do nosso planeta com produtos petroquímicos. Porém, as forças que desejam manter as coisas do jeito que estão são muito poderosas e estão entrincheiradas. É por isso que, exatamente como elas já fizeram com relação à Terapia de Reposição Hormonal (TRH), as mulheres precisam aprender sobre poluentes, câncer da mama e sobre tratamentos alternativos. Elas precisam se rebelar contra tratamentos ineficazes e perigosos, bem como fazer o possível para ensinar seus médicos.

Durante as últimas décadas, a medicina tradicional tem contribuído muito pouco para fazer qualquer diferença significativa no que vai lhe acontecer, se você contrair câncer. E virtualmente nada que a medicina tem feito reduziu a incidência da doença. A dura realidade é que, se você contrair câncer da mama, você terá mais tratamentos disponíveis do que há 50 anos, você e o seu plano de saúde vão gastar muito mais dinheiro e, se o câncer for fatal, você poderá ganhar mais alguns meses de vida (geralmente de muito má qualidade), mas as estatísticas nos mostram claramente que os medicamentos convencionais para tratar o câncer da mama (como o tamoxifeno, a radioterapia e a quimioterapia) simplesmente não estão funcionado a longo prazo. A maneira com que o câncer da mama é atualmente tratado é uma forma de fazer alguma coisa, diante do fato de não sabermos o que mais fazer. Se você tiver um câncer de mama invasivo ou não local, suas chances de morrer desse câncer ainda são cerca de uma em três, que têm sido as mesmas chances há décadas.

A incidência de câncer da mama (quantas mulheres o estão tendo) cresce de forma constante, e os números são assustadores: de acordo com o Instituto Nacional do Câncer dos EUA (National Cancer Institute), as taxas de incidência desse câncer aumentaram mais de 40% entre 1973 e 1998. No ano 2000, cerca de 182.800 mulheres foram diagnosticadas com câncer da mama nos EUA. Desde 1950, a incidência desse câncer cresceu 60 por cento. Haverá quem argumente que isso se deve a uma melhor e mais precoce detecção da doença. Mas mesmo em mulheres com mais de 80 anos, onde essa questão da detecção precoce é duvidosa, a incidência de câncer da mama aumentou nos últimos 30 anos, passando de 1 caso em cada 30 mulheres para 1 caso em cada 8 mulheres. A American Cancer Society previu que no ano 2000 cerca de 552.200 pessoas iriam morrer de câncer nos Estados Unidos, e que 40.800 pessoas (um pouco mais de 7 por cento) desse total seriam mulheres, que morreriam de câncer da mama. Isso significa que cerca de 15 por cento das mulheres que morrem de câncer estão morrendo de câncer da mama. Esses são dados anuais estatísticos do EUA, porém é ainda mais preocupante constatar-se que, em todo o mundo, cerca de 1.670.000 mulheres têm câncer da mama.

A taxa de mortalidade do câncer de mama também é chocante. Se combinarmos as taxas de mortalidade dos EUA com as do Canadá (que apresente as mais altas taxas desse câncer no mundo), na América do Norte uma mulher morre de câncer da mama a cada doze minutos.

Radioterapia, tamoxifeno, mamografia, quimioterapia - ajudam ou fazem mal?

Como nos atrevemos a afirmar que os tratamentos da medicina tradicional para o câncer da mama não funcionam? Porque isso está muito bem documentado. Parece que toda vez que abrimos uma publicação médica ultimamente encontramos um artigo demonstrando que os tratamentos convencionais contra o câncer da mama são ineficazes, prejudiciais, ou as duas coisas. Apenas nos últimos anos, importantes estudos divulgados em publicações de prestígio e com prévia avaliação de médicos especialistas, atendendo a todos os critérios médicos convencionais da chamada "medicina baseada em provas", têm demonstrado que:

  • Mamografias na verdade não salvam vidas (G. Sjonell e outros, Lakartidningen 96 [1999]): 904-913.
  • A radioterapia na verdade não salva vidas (Lancet, 22 de maio de 2002).
  • O tamoxifeno na verdade não salva vidas (Mitchell e outros, Journal of the National Cancer Institute, novembro de 1999).
  • A quimioterapia na verdade não salva vidas (o que não é novidade - já sabemos disso há muito tempo).
Então, o que sobra para o médico convencional tratar pacientes com câncer da mama? Nada, além da remoção cirúrgica do câncer, o que já se faz há 50 anos. E cada vez mais os médicos norte-americanos têm de enfrentar o duro e triste fato de que as atuais terapias simplesmente não estão funcionando, e abrir seus olhos para alternativas de prevenção e tratamento desse câncer.

Vamos dar um olhada geral nos tratamentos atuais:
 

Radioterapia

A radioterapia é o tratamento mais comum para o câncer da mama, após uma cirurgia. No entanto, um artigo recente na respeitada publicação médica Lancet mostrou que esse tratamento não está funcionando. Na verdade, embora o uso de radiação local para tratar o câncer da mama reduza o número de mortes decorrentes dessa doença em 13,2 por cento, ela aumenta o número de mortes por outras causas (sobretudo doenças cardíacas) em 21,2 por cento. Conclusão óbvia desse estudo: "O tratamento foi um sucesso, mas o paciente morreu."

Em outras palavras, a radioterapia suprime o tumor do câncer da mama numa pequena percentagem de mulheres, mas o tratamento faz com que muitas dessas mulheres morra de outras doenças. Os defensores de procedimentos mais novos e mais localizados de radioterapia alegam que ela não causa os danos causados pelas técnicas radioterápicas mais antigas. Porém, no momento, isso é apenas uma alegação e não tem a sustentação do acompanhamento de longo prazo. Isso significa que não há benefício de longo prazo pelo uso da radioterapia para tratar o câncer da mama, pois embora possa não haver recorrência de câncer no local da radiação, as chances globais de sobrevivência continuam as mesmas, ou um pouco piores. Entretanto, apesar do fato da radioterapia ajudar tão poucas mulheres - e até de, no final, matar muitas dessas mulheres a quem ajudou no curto prazo - ela continua sendo o tratamento padrão na medicina para mulheres com câncer de mama. Como pode acontecer isso? Isso acontece porque a medicina tradicional tem muito pouco mais a oferecer no sentido de reduzir as mortes, mesmo aos 13,2 por cento. Se você estiver morrendo de fome e alguém lhe alcançar uma tigela com arroz velho e azedo, você vai comê-lo muito agradecido, pois ele é melhor que nada.

Apesar desse estudo, publicado numa das revistas médicas mais conceituadas do mundo, se você tiver câncer de mama seu médico vai provavelmente insistir que você faça radioterapia, em vez de explorar alternativas possivelmente mais seguras mas ainda não popularizadas entre os médicos tradicionais.

O tratamento de mulheres com radioterapia, que posteriormente morrem de doenças cardíacas causadas por danos da radiação, também afeta a estatística do câncer da mama. Significa que a causa da morte diagnosticada mudou, de câncer de mama para doença cardiovascular. À medida que mais pacientes forem submetidas à radioterapia, menos serão classificadas como morte por câncer de mama, porém maior será o número das classificadas como morte por doença cardíaca induzida por radiação. Essas mortes não são computadas nas estatísticas de morte por câncer de mama, mas deveriam ser computadas, se quisermos ter um quadro real do que está acontecendo com as mulheres que contraem essa doença.


Tamoxifeno

Na mesma edição do Lancet do estudo acima sobre radioterapia, havia uma curiosa carta do professor Sir Richard Peto, da Universidade de Oxford, com um gráfico mostrando que as mortes por câncer da mama aumentaram cerca de 20 por cento de 1960 a 1985. De 1985 a 1997, foi dito que as mortes por câncer de mama diminuíram cerca de 20 por cento. Sem especular sobre a causa do aumento na mortalidade por câncer da mama de 1985, ou citar as fontes da sua informação, Sir Peto abordou apenas a questão do recente declínio.

Nota: A provável causa do aumento nas mortes por câncer de mama foi a prescrição de estrogênio não combinado com progesterona a mulheres menopausadas, uma prática comum desde o início da década de 1950 até meados de 1970. Embora a comunidade médica tenha reconhecido que essa prática causava câncer uterino (endométrico), ela nunca admitiu que isso também causava câncer da mama. A partir de meados de 1970, os médicos foram instruídos a prescrever progestinas sintéticas junto com o estrogênio, para prevenir o câncer endométrico. Foi aí também que a incidência de histerectomia disparou - as mulheres sentiam-se tão mal com as progestinas que se recusavam a tomá-las. Então os médicos lhes ofereciam a histerectomia, para que elas não mais precisassem tomar progestinas, podendo usar apenas estrogênio. Para complicar as coisas, era prática comum (e ainda é, em alguns lugares) remover os ovários junto com o útero, como medida preventiva contra o câncer ovariano. Essa prática mal orientada causa muitos outros problemas de saúde, inclusive osteoporose, doenças cardíacas, fadiga e um declínio na qualidade de vida, devido a uma queda na libido, ondas de calor e outros sintomas do tipo "menopausa rápida."

Voltando ao suposto declínio nas mortes por câncer de mama - por causa dessa "subitaneidade" do declínio, Sir Richard achou que isso não era devido a um número menor de câncer de mama, porém mais provavelmente a "alterações na forma com que o câncer de mama é diagnosticado e tratado." Ele especulou que isso ocorria "não devido a uma descoberta única de pesquisa", mas sim "pela adoção de várias intervenções", seja lá o que for que isso signifique. Posteriormente ele foi citado em outros artigos da mídia como se tivesse creditado a queda nas mortes por câncer de mama à droga antiestrogênica tamoxifeno.

Esperamos que aqueles que promovem o tamoxifeno lembrem de mencionar quantas mulheres que o utilizam sofrem de coágulos sangüíneos, deterioração da visão e queda na qualidade de suas vidas (ondas de calor, suores noturnos). Também, quantas têm sido forçadas a fazer histerectomia devido a uma forma particularmente agressiva de câncer uterino, causado pelo tamoxifeno? Raramente é mencionado que as mulheres realmente morrem do câncer uterino induzido pelo tamoxifeno. Quando essas mulheres morrem de câncer uterino, em vez de câncer da mama, isso melhora a estatística do câncer. E isso faz o tamoxifeno parecer bom, mas isso não é um ponto importante para as mulheres em questão.

Se os efeitos colaterais do tamoxifeno são tão maus, por que afinal ele está sendo usado, e por que é trombeteado de forma tão alardeante como uma panacéia, a tal ponto que a Food and Drug Administration - FDA [órgão governamental dos EUA que regula e fiscaliza alimentos e medicamentos] até aprovou o seu uso como preventivo? Trata-se novamente do problema do arroz azedo. É o menor dos muitos males, é melhor que nada. Pouquíssimos outros medicamentos aprovados pela FDA têm sido disponibilizados aos oncologistas para tratar o câncer da mama. Teoricamente (no papel, em tubos de ensaio e em animais de laboratório, usados como modelo para câncer humano de mama), o tamoxifeno parece promissor. E as razões para seu uso estão baseadas em sólidos fundamentos científicos - o estrogênio aumenta a taxa de proliferação das células no câncer de mama, e o tamoxifeno reduz essa taxa de proliferação, por agir como um antiestrogênio.

Infelizmente, células de câncer da mama num tubo de ensaio e num animal de laboratório não podem na verdade nos explicar o que elas sentem, e não vivem o tempo suficiente para nos fornecer uma apreciação legítima sobre riscos elevados a longo prazo. A pesquisa que investiga os efeitos do tamoxifeno sobre um câncer dependente de hormônio parece boa a curto prazo. No entanto, na realidade o tamoxifeno não é natural ao organismo humano, e esses efeitos colaterais são sinais de alerta do corpo de que alguma coisa está terrivelmente errada.

O tamoxifeno está disponível há 25 anos e o seu efeito sobre a prevenção do câncer da mama ainda está sendo debatido. Isso, por si só, já deveria nos dizer algo. Dois estudos, um de 1992 com cinco anos de duração e com controle por placebo, na Inglaterra, e outro de 1998 na Itália, com nove anos de duração e também controlado por placebo, mostraram não haver diferença na incidência de câncer entre mulheres tratadas com tamoxifeno e aquelas dos grupos de controle. O único estudo de porte nos EUA foi encerrado antes do prazo, supostamente porque a incidência de câncer diminuiu tanto no grupo que usava tamoxifeno que os responsáveis não tinham como justificar a recusa desse tratamento ao grupo do placebo. Deve-se notar, porém, que o estudo foi interrompido aproximadamente na mesma época em que o câncer de mama começou a ressurgir, apesar do uso do tamoxifeno, nos dois estudos europeus...

As lições que aprendemos desses estudos são que, em algumas mulheres o tamoxifeno pode pôr o câncer de mama a dormir por alguns anos, e que em mulheres com câncer ele pode reduzir a velocidade de recorrência por alguns anos. Mas a longo prazo, ele tende a causar mais malefícios que benefícios. Novamente, a única razão pela qual esse tratamento é tão popular no momento é que aos oncologistas parece melhor isso que não fazer nada, o que muitos deles acreditam ser a única outra opção viável. No entanto, como você verá, essa definitivamente não é a única opção disponível.

De um modo geral, é apenas nos EUA que os médicos ainda acreditam que o tamoxifeno previne ou reverte significativamente o câncer da mama. Na verdade, agora até mesmo o National Cancer Institute divulgou uma declaração dizendo que, exceto para um restrito grupo de mulheres abaixo de 60 anos, o tamoxifeno pode causar mais prejuízo que benefício para todas as demais, em termos de prevenção do câncer. Apesar disso, a FDA acaba de aprovar o uso do tamoxifeno para tratar uma forma de câncer conhecida como carcinoma ductal in situ (sigla DCIS, em inglês). Você verá mais adiante neste livro porque acreditamos ser essa uma medida ultrajante.
 

Mamografia

Assim como o tamoxifeno, a radioterapia e a quimioterapia, a mamografia é um grande negócio atualmente. A mamografia é também a única resposta concreta da medicina tradicional à prevenção do câncer de mama, embora ela não previna câncer algum - apenas o detecta.

Inúmeros comerciais e inúmeros médicos dizem que a mulher deve fazer mamografia. Mas o valor desse procedimento está longe de ser claro. Todos nós conhecemos alguma mulher diagnosticada com câncer de mama que não foi detectado na mamografia. E todos nós sabemos que a mamografia representa um risco real de resultados tipo falso-negativo e falso-positivo. O procedimento do exame é muito desagradável e a radiação é potencialmente prejudicial. Tanto os danos causados aos tecidos do seio quanto a radiação são fatores de risco conhecidos para câncer da mama, portanto pode até ser lógico admitir-se que a mamografia pode contribuir para causar o câncer de mama.

Um estudo do verão de 2000 publicado na revista Spine e que analisou dados coletados durante 40 anos, demonstrou que mulheres com escoliose e que se submeteram a muitos raios X, na infância e na adolescência, apresentam um risco 70 por cento maior de câncer de mama que mulheres da população em geral. Quanto maior a quantidade de raios X a que uma mulher se expôs, maior o risco de câncer da mama. Embora a dose de radiação de um raio X típico seja hoje muito menor do que era quando essas mulheres fizeram as radiografias, o argumento ainda é válido -- a radiação é um potente fator de risco para o câncer de mama, seu efeito é cumulativo e a mamografia inclui um esmagamento violento do seio, para então passar radiação através dele.

Tem sido alegado que a mamografia diminui o risco de se morrer por câncer da mama. Seus defensores argumentam que a mamografia pode detectar tumores da mama até mais ou menos um ano mais cedo que uma simples apalpação, como no auto-exame. Essa detecção precoce, conforme esse argumento, conduz a um tratamento antecipado e a um menor risco de mortalidade. As estatísticas, alegam eles, têm validado esse argumento.

Muitos estatísticos, porém, discordam. As estatísticas não estão imunes a distorções, que incluem fatores mecânicos (uso de diferentes medidas em diferentes indivíduos), metodologia de pesquisa, julgamentos conscientes ou inconscientes, idade dos indivíduos, fatores socioeconômicos, randomização imperfeita dos indivíduos e dos controles, duração e observação, além de outros fatores que geram confusão.

Mais de 15 anos atrás, o Dr. John C. Bailar III observou que a contagem do tempo de sobrevivência após o tratamento cria uma distorção na maioria dos estudos sobre mamografia, porque a mamografia detecta tumores na mama um ano mais cedo do que por apalpação. Ele chamou atenção para o fato de que as pesquisadas que tinham tumores na mama descobertos por apalpação tinham vivido pelo menos um ano antes da data em que esses tumores tivessem sido detectados por mamografia. Quando esse ano é acrescentado ao tempo de sobrevivência das mulheres do grupo de controle (aquelas que não utilizaram mamografia), os resultados de sobrevivência se igualam àqueles das mulheres pesquisadas e cujos tumores foram descobertos por mamografia.

Isso significa que a aparente diferença na sobrevivência após tratamento era devida não ao tratamento precoce, como resultado da mamografia, mas meramente ao fato de se iniciar a contagem do período de sobrevivência um ano antes entre as mulheres que fizeram mamografia. Quando esse fator é incluído na análise estatística, o chamado benefício da mamografia e do tratamento precoce desaparece. O Dr. Bailar, professor de epidemiologia e bioestatística na McGill University e cientista sênior no Departamento de Prevenção de Doenças do Ministério da Saúde dos Estados Unidos, chama isso de distorção do fator tempo.

Isso não chega a surpreender. Para que uma célula cancerosa se torne grande o suficiente para ser detectada por apalpação, o câncer geralmente já vem crescendo por cerca de 10 anos. Se descoberto um ano mais cedo através da mamografia, o câncer já vinha crescendo por uns 9 anos, o que é tempo suficiente para  causar metástase, se o câncer for propenso a fazer isso. A diferença de um ano entre a detecção por mamografia ou por apalpação é, no final das contas, de pouca importância.

A mamografia realmente salva vidas? Se você ler os numerosos comerciais que dizem isso, você pode pensar que se trata de um caso encerrado - é claro que salva. Mas se você ler os próprios estudos, a resposta não é tão clara. Por exemplo, em 1999 um estudo epidemiológico não constatou redução na mortalidade por câncer da mama na Suécia, onde o exame preventivo de mamografia tem sido recomendado desde 1985.

Como resultado, dois cientistas suecos revisaram todos os estudos publicados sobre a mamografia, para avaliar a qualidade das suas metodologias. Seu propósito era apurar se a mamografia na verdade salva vidas ou não. O que eles descobriram merece ser examinado mais de perto.

Em sua análise de oito diferentes estudos clínicos da mamografia, os autores viram que seis deles continham sérias imperfeições por desequilíbrio nas bases de dados e/ou inconsistências de randomização. O erros eram suficientes para anular a alegação dos estudos sobre benefícios da mamografia. Os dois estudos que foram adequadamente randomizados não encontraram nenhum efeito dos exames de mamografia sobre a mortalidade do câncer de mama. (N. do T. Essa controvérsia sobre a mamografia já aparece na edição 2002 da enciclopédia Encarta em inglês - procurar pelos termos mammogram ou mammography).

A conclusão dessa meta-análise é clara. Como não existe nenhuma prova confiável de que o exame preventivo de mamografia reduza a mortalidade do câncer da mama, esses exames não se justificam. Isso significa que os médicos não devem pedir exames rotineiros de mamografia.

No entanto, a mamografia tornou-se um substituto para o auto-exame da mama. Se você parar de fazer mamografias, torna-se essencial que você examine seus seios minuciosamente pelo menos uma vez por mês. Se estiver no climatério, você deve examiná-los logos após o fim da menstruação, quando os níveis hormonais estão baixos, a fim de que nódulos típicos do climatério não sejam confundidos com um nódulo canceroso. Você deve também examinar seus seios no espelho e procurar qualquer anormalidade incomum na pele ou ondulações. Após alguns meses, você se tornará bem familiarizada com seus seios, tendo condições de detectar anormalidades bem pequenas.
 

Quimioterapia

É difícil generalizar sobre a quimioterapia nos dias de hoje, pois existem muitos tipos diferentes, sendo que a maioria deles teve estudos extremamente pobres. As mulheres que concordam em experimentar novas quimioterapias são cobaias de um tipo de tratamento com registros de acompanhamento notoriamente pobres. Assim como a maioria dos outros aspectos da indústria do câncer da mama, há pouco consenso sobre o que constitui quimioterapia. Vamos generalizar dizendo que quimioterapia é uma tentativa de envenenar o organismo até bem próximo da morte, na esperança de eliminar o câncer, antes que todo o corpo seja morto. Na maioria das vezes, não funciona. Existem novas quimioterapias que visam a partes específicas do processo canceroso, mas nenhuma delas comprovou ser verdadeiramente eficaz para estancar o processo na sua totalidade.

Algumas quimioterapias prolongam mesmo a vida por alguns meses, porém geralmente ao alto custo de efeitos colaterais devastadores. E se acontecer de uma mulher ter a sorte de sobreviver a esse surto de câncer, seu corpo ficará estragado de forma permanente; e as taxas de recorrência são elevadas. A utilização da quimioterapia é meramente um jogo, e não achamos que valha a pena adotá-la. Às vezes funciona, às vezes não funciona, e às vezes torna as coisas piores. Muito pouco se sabe sobre como ela funciona ou não funciona, parecendo muito mais inteligente buscar-se uma terapia alternativa, com um bom histórico, que ajude o seu organismo a combater o câncer e que ao mesmo tempo promova a sua saúde.

Existem algumas abordagens similares à quimioterapia para combater o câncer metastático, que incluem a indução de febre alta por alguns dias e a terapia de potencialização da insulina (ver a seção Recursos, no final do livro) que trazem muita esperança e com menores prejuízos potenciais ao organismo. Elas são muito mais amplamente utilizadas na Europa do que nos EUA. Elas talvez nunca sejam largamente disponíveis nos Estados Unidos, porque não têm medicamentos patenteados para vender. A Europa está décadas à nossa frente em seus métodos para tratar o câncer.
 

Os números do câncer de mama

É importante que a mulher entenda o quanto os números relativos ao câncer da mama são usados e abusados, fraudados, manipulados e ajustados, dependendo de quem quer que você acredite no quê. Portanto, vamos manter as coisas simples:

O câncer da mama é a causa mais comum de morte por câncer em mulheres com idades entre 18 e 54 anos, sendo a maior causa de morte por período entre mulheres de 45 a 50 anos.

Mulheres com menos de 45 anos apresentam um risco 26 por cento maior de recorrência do câncer de mama, comparado com mulheres mais idosas. Os tipos de câncer dos quais essas mulheres de meia-idade morrem não são os mais benignos, "cânceres" tipo DCIS "99% curáveis", que vêm sendo detectados desde o início da década de 1980 via mamografia (aumentando assim a taxa de detecção). Eles são cânceres metastáticos mortais, que matam rapidamente, depois que começam a espalhar-se.

De acordo com os Centros de Controle de Doenças, o câncer está acima das doenças cardíacas, em termos de taxas ajustadas de morte, entre pessoas com menos de 65 anos nos EUA. Enquanto as doenças cardíacas diminuíram, o câncer não.

O câncer da mama é a segunda forma mais comum de câncer na mulher, depois do câncer de pulmão (que é quase sempre devido ao cigarro).
 

O jogo das estatísticas

A indústria do câncer da mama tem manipulado a estatística dessa doença ao incluir o carcinoma ductal in situ nos diagnósticos do câncer de mama, quando na verdade ele raramente é fatal, com ou sem tratamento. Muitos oncologistas adoram dizer que o DCIS é "99% curável". (Como o DCIS não havia sido detectado - e portanto não diagnosticado ou tratado - antes do advento da mamografia, nem mesmo sabemos realmente a verdadeira natureza ou o curso de um DCIS não tratado, pois ele tem sido sempre tratado, se diagnosticado). Veremos isso com maiores detalhes mais adiante no livro, mas por enquanto queremos ressaltar o fato de que cerca de 30 por cento dos cânceres de mama são DCIS.

Considerando que o DCIS raramente é fatal, vamos fazer algumas generalizações aproximadas, para ilustrar um argumento. Se simplesmente eliminarmos o DCIS das estatísticas do câncer de mama e, assim, subtrairmos 30% dos que sobreviveram a esse câncer das estatísticas, então não teremos uma queda recente de 20 por cento (como alegado por alguns), mas sim um aumento de 10 por cento nas taxas de mortalidade do câncer de mama. Esta é uma forma grosseira de se fazer valer um ponto de vista, mas é importante considerar isso quando um médico usar esse tipo de estatística para justificar um tratamento. Por exemplo, digamos que um médico lhe justifique a prescrição de tamoxifeno, para prevenir um câncer de mama, com base no atualmente muito citado "fato" de que as mortes por câncer de mama diminuíram 20 por cento graças ao tamoxifeno (veja mais detalhes no capítulo 12). Se quando for ao consultório do médico você souber que essa estatística é altamente questionável, você estará mais capacitada a tomar a decisão que seja melhor para você. Na verdade, suspeitamos que, se mulheres com DCIS de fraca intensidade não forem submetidas ao tamoxifeno, quimioterapia e radioterapia, suas taxas de sobrevivência permaneceriam as mesmas - porém elas não seriam estragadas para o resto de suas vidas pelos tratamentos.
 

Uma palavra sobre prevenção

É claro que o caminho para reduzir a incidência do câncer de mama é a prevenção. Mas prevenção é um palavrão para a indústria do câncer da mama, a menos que você esteja se referindo a tamoxifeno ou mamografia, nenhum dos quais na verdade remotamente parecido com prevenção. O médico escritor e astro de TV Bob Arnot escreveu um livro chamado Dieta para prevenção do câncer de mama que, de um modo geral, continha bons, consistentes e práticos conselhos relacionados à redução dos fatores de risco conhecidos para o câncer de mama. Lamentavelmente, ele foi terrivelmente arrasado pela mídia norte-americana por usar a palavra prevenção, como se estivesse sugerindo que a dieta é uma panacéia (ele não sugeriu isso) e como se estivesse de alguma forma prejudicando as mulheres por sugerir que uma dieta saudável poderia proteger contra o câncer da mama (só pode fazer bem). O Dr Arnot foi uma infeliz vítima do poderoso establishment político da indústria do câncer da mama, o qual ataca selvagemente aqueles que se desviam para fora das fronteiras da medicina tradicional e se atrevem a sugerir que alguma coisa, além da cirurgia, da quimioterapia, da radioterapia e do tamoxifeno, pode ser útil.

Talvez você fique chocado ao saber que, embora o câncer da mama seja a principal causa de morte entre mulheres de meia-idade, nos EUA apenas 5 por cento do orçamento do Instituto Nacional do Câncer são destinados à pesquisa da prevenção do câncer. E caso você tenha pensado que algum outro órgão do governo americano iria arregaçar as mangas e dar início a alguma pesquisa orientada para a prevenção, não tendenciosa, sem medicamentos, saiba que o altamente dispendioso Women's Breast Initiative, financiado com dinheiro dos contribuintes, vai pesquisar apenas drogas farmacêuticas (Premarin e vários outros estrógenos e progestinas sintéticas), no que se refere ao câncer de mama. Acreditamos que isso é como subsidiar os fabricantes de remédios - que já ganham bilhões de dólares em lucros, depois de gastarem bilhões em publicidade, relações públicas e lobby para influenciar as decisões do Congresso. O teste dos medicamentos deveria ser responsabilidade dos fabricantes, e não dos contribuintes. Para somar insulto à injúria, essa é uma pesquisa que deveria ter sido realizada pelos fabricantes dos medicamentos há décadas, antes que esses remédios fossem aprovados. 

O quadro da prevenção também é igualmente sombrio em outras grandes organizações do câncer. Quando você abre o site da American Cancer Society na Internet e acessa a área sobre prevenção do câncer, aparece "No momento, não há como prevenir o câncer de mama." Isso só é verdade quanto ao fato de não se poder apontar uma causa como culpada. A realidade é que sabemos tanto sobre o câncer da mama que é claro que sabemos o que fazer para ajudar a preveni-lo, da mesma forma que sabemos como ajudar a prevenir doenças cardíacas e diabetes.

Por exemplo, não há dúvida de que você pode reduzir significativamente o risco dessas doenças ao ingerir alimentos integrais, fazer exercícios moderados e regulares, manter um peso saudável e gerenciar o estresse de forma eficaz. Essa mesma abordagem também ajuda a reduzir o risco de câncer da mama por criar uma melhor saúde geral. Os fatores que determinam quais mulheres terão câncer de mama e quais não terão incluem todas as soluções práticas e de bom senso acima citadas. Sim, todos nós conhecemos uma maluca por alimentos saudáveis que contraiu câncer da mama, mas nem mesmo todo o tofu e legumes do mundo talvez possa compensar o devastador insulto causado aos tecidos da mama, como os anos de predominância estrogênica e a intensa exposição aos pesticidas ou solventes. Por outro lado, elas podem fazer diferença, dependendo da sua genética e de uma dúzia de outros fatores. Não existe uma única fórmula certa para prevenir o câncer de mama em todas as mulheres. O caminho para a prevenção do câncer da mama é estar consciente de todos os vários fatores que causam a doença e evitá-las o máximo possível, estando ao mesmo tempo consciente do que desencoraja o crescimento do câncer nos tecidos do seio, e promover esse estilo de vida.

A medicina preventiva é uma abordagem multidimensional, que leva em consideração o ser humano como um todo - aspectos físicos, emocionais, mentais e espirituais - e otimiza a saúde de um determinado indivíduo. A medicina tradicional, que se concentra restritamente no diagnóstico de doenças e posterior prescrição de remédios para eliminá-las, é um fracasso quando tem que tratar câncer e doenças crônicas, como diabetes e artrite, porque ignora a maior parte do humano que ela está pretendendo curar. E também é por isso que, no ano 2000, as consultas de pacientes com profissionais alternativos de saúde foram mais numerosas que as consultas com médicos tradicionais - apesar de os planos de saúde não cobrirem a maioria dos tratamentos alternativos. Veja o caso de uma mulher de meia-idade com câncer de mama, terrivelmente deprimida e emocionalmente davastada por um grande trauma ou perda em sua vida - nem mesmo todos os remédios do mundo vão ajudá-la, a menos que as suas necessidades emocionais e espirituais sejam também tratadas.

Prevenção também é palavrão durante o ricamente financiado, muito badalado e propagandeado "Mês de Conscientização do Câncer da Mama", que ocorre todo mês de outubro [nos EUA], porque ele é, na sua maior parte, patrocinado e financiado pela indústria farmacêutica que fabrica o tamoxifeno. Ironicamente, essa empresa também fabrica alguns dos produtos tóxicos que ajudam a causar o câncer da mama. O Mês de Conscientização do Câncer da Mama trata da conscientização sobre os tratamentos oferecidos pelo establishment do câncer. Nele há pouca coisa sobre prevenção do câncer da mama ou sobre levantamento de fundos para pesquisas independentes. Na verdade, esse evento deveria chamar-se Mês de Inconscientização do Câncer da Mama.
 

A política da indústria do câncer da mama

Para chegar à essência das razões pelas quais não se faz progresso na prevenção ou no tratamento do câncer de mama, é importante considerar a indústria do câncer de mama e os motivos do seu comportamento. A detecção e tratamento do câncer de mama é altamente lucrativo nos EUA, gerando bilhões de dólares a cada ano. Toda essa quantidade de mamografias, biópsias, excisões de nódulos e mastectomias, e todas essas quimioterapias, radioterapias e uso de tamoxifeno, tudo isso cria uma fonte de renda substancial para hospitais, médicos, suas equipes de apoio, aqueles que fabricam os equipamentos, e especialmente aqueles que fazem os remédios. Isso sem levar em conta toda a pesquisa sendo feita e que é financiada por centenas de milhões de dólares, doados a organizações sem fins lucrativos. Onde está o incentivo financeiro para sair dessa estrutura? 

Se apenas uma fração dessa verba de pesquisa, atualmente destinada à perpetuação dos grupos acima, fosse honestamente posta à disposição da prevenção e tratamento eficaz, a taxa de mortalidade do câncer de mama muito provavelmente cairia de forma drástica dentro de poucos anos. Mas os médicos continuam espremendo e irradiando os seios das mulheres com mamografias, e possivelmente aumentando suas chances de contrair câncer nesse procedimento, talvez porque seja lucrativo e seja o padrão de tratamento. (Graças a novas tecnologias que utilizam - esperamos - técnicas mais seguras de termografia e ultrassom, as mamografias estão se tornando obsoletas de qualquer forma, mas provavelmente vai levar décadas para que todas essas máquinas tão caras saiam gradualmente de serviço). Os médicos continuam fazendo biópsias desnecessárias, porque eles poderiam ser processados se não fizessem. E continuam removendo os seios das mulheres e lhes dando drogas tóxicas porque não sabem o que mais fazer, e sentem que precisam fazer alguma coisa.

No seu zelo em encontrar uma droga mágica que pare o câncer da mama, a indústria esqueceu-se de curá-lo. Ela não tem tempo. Ela tem que passar os pacientes depressa pela máquina das instituições de saúde, tirá-los do hospital mais rápido ainda, cortar custos, evitar ações judiciais, manter empregos e financiamentos, e fazer feliz as empresas de medicamentos através da promoção e prescrição de seus produtos, para que elas continuem a financiar as universidades e os hospitais.

Nisso tudo, como fica a mulher com câncer de mama? Ela fica confusa e com um medo terrível, mas também esmagada pelas engrenagens da máquina médica. Tudo bem, é a mulher que mantém essa máquina funcionando, mas com certeza ela não é o centro das atenções. Ela é uma atriz coadjuvante, num drama bem maior. Ela vai ser jogada numa mesa de cirurgia ou levada para uma clínica de radioterapia, não por ser isso necessariamente o melhor para ela, como pessoa, e não porque isso é o que vai realmente ajudá-la ou curá-la, mas sim porque ela se enquadra nesse esquema. É assim que a indústria do câncer da mama funciona e não há outra escolha. O que a medicina tradicional apresenta a essa mulher é que ela vai morrer se não fizer isso. Porém, se ela escolher as estatísticas corretamente, ela vai dar-se conta de que, se tiver um câncer não local (não DCIS), mesmo que faça tudo que seus médicos mandem, ainda assim haverá uma chance em três de que ela vá morrer - por causa do câncer ou por causa do seu tratamento. Essas não são boas perspectivas, e o caminho para uma possível recuperação está pavimentado com tratamentos que podem causar danos permanentes.

Nota: Em contraste com isso, o Dr. Zava esteve recentemente em contato com uma mulher a quem tinha sido dado um período de 3 a 6 meses de vida em 1993, por ela ter um tumor de câncer de mama nódulo-positivo muito grande. Ela optou contra a terapia convencional de radioquimioterapia e, como alternativa, começou uma terapia com sucos e progesterona. Ela ligou para o Dr. Zava (em 2001) para atualizá-lo sobre o seu progresso e para pedir um teste de saliva! Tudo bem, esse é apenas um relato, mas nós os ouvimos de forma regular.

Para tornar as coisas ainda mais confusas para a mulher comum com câncer de mama e que deseja pesquisar a respeito de qualquer tipo de tratamento que seu médico esteja propondo, uma grande quantidade de pesquisa médica precisa ser interpretada à luz do contexto em que ela foi concebida e/ou executada. Infelizmente, uma boa parte dessa pesquisa é financiada pelas indústrias farmacêuticas. Portanto, não chega a surpreender o fato de que milhares de pequenos estudos aparecem a cada ano, defendendo algum ponto que as empresas queiram pagar um cientista para apoiar. Pode-se arranjar qualquer tipo de teoria médica e apoiá-la, usando referências perfeitamente respeitáveis de publicações que contam com avaliação de especialistas, encontráveis no Medline, o gigantesco banco de dados para pesquisa da Biblioteca Nacional de Medicina.
 

Política da pesquisa médica e informações da mídia sobre câncer de mama

A política das atitudes dos médicos que não apóiam a cura, a pesquisa médica e as informações da mídia a respeito do câncer de mama, é desalentadora, pois eles são basicamente controlados pelos grandes fabricantes de remédios, e têm apenas um objetivo: Vender mais medicamentos.

Na raiz das atitudes e crenças dos médicos acerca do tratamento do câncer da mama está o fato de que hoje a indústria farmacêutica influencia tanto a formação médica quanto a pesquisa. Uma recente edição do Journal of the American Medical Association (JAMA) informou que 31% do financiamento das escolas de medicina provêm do governo e de doações da indústria farmacêutica (e nós achamos que esse percentual ainda foi grosseiramente estimado por baixo). Além disso, o dinheiro das empresas farmacêuticas é a força propulsora por trás das pesquisas médicas, com uma profunda influência sobre a pesquisa escolhida. Por exemplo, se a pesquisa for de uma droga que tenha potencial de ser patenteada e esteja competindo com outra droga que não possa ser patenteada, por ser encontrada na Natureza, nem se discute -- vencerá a droga patenteável, mesmo que o remédio encontrado na Natureza possa vir a ser a maior descoberta desde a penicilina.

Não se ouve falar muito sobre o que há de positivo a respeito de tratamentos alternativos de saúde sem medicamentos, na mídia nacional. No entanto, milhões de pessoas percorrem a Internet diariamente, à procura de informação sobre tratamentos alternativos. Será que essas pessoas estariam correndo para a Internet em tamanho número se estivessem recebendo o que precisam de seus médicos, ou da imprensa televisada e escrita? Nós achamos que não. O dinheiro das companhias farmacêuticas é a principal fonte de renda por publicidade da mídia, principalmente TV e revistas. Portanto, se você não for um Bill Moyers, provavelmente não vai expor as empresas farmacêuticas e a política médica, ou ainda falar sobre tratamentos alternativos em termos positivos, sem perder o seu emprego.

E quanto à FDA, ela não protege o consumidor? Ao contrário, a aprovação de um remédio ou de um tratamento pela FDA não deve necessariamente dar-lhe garantia de que se trata de um tratamento eficaz e seguro. De acordo com os conceituados Journal of the American Medical Association e New England Journal of Medicine, as mortes por efeitos colaterais de medicamentos adequadamente receitados são a quarta ou quinta principal causa de morte nos EUA. E isso nem inclui as mortes por causa de remédios mal prescritos, mortes por imperícia em hospitais, nem mortes por remédio não informadas. Se essas mortes também fossem incluídas nas estatísticas, os tratamentos com medicamentos em geral estariam facilmente entre as três principais causas de morte da nação. Todos os remédios que estão matando tanta gente foram aprovados pela FDA e são considerados parte integral do tratamento médico padrão.

Um recente e duro editorial do Lancet abordou a FDA e questionou a propriedade do seu estreito relacionamento com as indústrias farmacêuticas. O título do artigo era: "Lotronex e a FDA - Uma Fatal Erosão de Integridade", e descrevia o processo pelo qual a droga Lotronex, desenvolvido para síndrome do intestino irritável (IBS, em inglês), fora aprovada pela FDA após testes inadequados, matou cinco pessoas, foi retirado do mercado e novamente posto sobre a mesa da FDA para reintegração. O editorial do Lancet concluiu que "...comunicações particulares parecem ter subvertido os procedimentos oficiais, enquanto o debate científico suprimido suplantou um amplo e aberto processo de revisão... O episódio Lotronex pode representar, em microcosmo, uma séria erosão de integridade dentro da FDA, e em particular no CDER (Centro de Avaliação e Pesquisa de Medicamentos), cujo orçamento operacional atualmente depende de verbas da indústria." Consumidores, abram os olhos!

A intenção original da FDA era proteger os consumidores de produtos perigosos, mas parece que esse órgão perdeu o seu rumo e parece ser intensamente influenciado em suas decisões pela indústria de remédios. Uma pesquisa recente, realizada pelo jornal USA Today, constatou que, em 54 por cento dos casos, os especialistas contratados para aconselhar a FDA sobre quais medicamentos deveriam ser aprovados para venda têm um interesse financeiro direto na droga ou tópico que eles foram chamados a avaliar. Por outro lado, é muito comum ver empregados da FDA aposentarem-se e ocuparem cargos bem pagos nos conselhos consultivos de grandes companhias farmacêuticas.

Então, no que deve a mulher acreditar? Você deve procurar autoridades médicas, em cujas opiniões você confie - pessoas que tenham sido bem-sucedidas em suas práticas médicas e que tenham provado estar certas em seus pontos de vista repetidas vezes, por décadas. Pessoas cujas opiniões não estejam baseadas no tamanho da doação que elas recebem da indústria farmacêutica, ou da indústria da soja, ou indústria de laticínios, ou ainda de uma empresa de vitaminas, mas pessoas que olhem os fatos de forma objetiva e inteligente, que interpretem, experimentem e avaliem estudos. Invista a sua confiança num médico que tenha tempo para falar com você - afinal de contas, trata-se de uma questão de vida ou morte.

E quanto aos médicos que gostariam de tentar tratamentos para o câncer que estejam fora da medicina tradicional? Eles não podem. Eles são forçados a usar medicamentos (mesmo que eles saibam que não funcionam bem), por não haver estudos de grande escala que provem a eficácia dos alternativos e, portanto, a FDA não os aprova. (As evidências provando a eficácia dos tratamentos médicos convencionais são escassas, mas isso já é política). Se um tratamento alternativo não tiver aprovação da FDA, um médico pode ser multado, repreendido, ou mesmo perder seu registro de médico, por usá-lo. Se você achar um raro e corajoso médico disposto a guiá-la e apoiá-la através de um tratamento alternativo, dê graças a Deus!

 
As implicações de ser honesto

As implicações políticas e financeiras de admitir que a terapia tradicional de reposição hormonal, os plásticos, os pesticidas e outras toxinas do meio ambiente interrompem a capacidade do organismo de produzir níveis hormonais normais e, conseqüentemente, contribuem para causar câncer de mama, são enormes. (Vamos explicar como e por que essas coisas podem causar câncer de mama mais adiante neste livro). Pense só no que poderia acontecer aos gigantes da indústria farmacêutica se eles fossem forçados a admitir que seus produtos têm contribuído para a morte de dezenas de milhares de mulheres! As empresas de tabaco teriam que dar seus lugares nos tribunais. Entretanto, somente as maiores indústrias farmacêuticas (sem falar nas empresas de pesticidas e de plásticos) gastaram 74,4 milhões entre 1997 e 1998 para influenciar o pensamento dos parlamentares, através de seus esforços lobistas. Isso é o que se chama de influência poderosa! A única influência potencialmente mais poderosa é o voto do eleitor.

Graças a um inegável e abrupto aumento na incidência do câncer de próstata e de testículos, o Congresso norte-americano tomou algumas medidas para aprender mais a respeito de como produtos químicos que mimetizam os hormônios afetam os seres humanos. Uma ordem do Congresso de 1996 incumbiu a Agência de Proteção Ambiental (EPA, em inglês) de examinar os efeitos hormonais dos 100 produtos químicos mais vendidos nos EUA. À medida que os primeiros estudos vão surgindo, a prova é clara - estamos submersos num mar de produtos químicos, muitos deles estrogênicos por natureza, que afetam profundamente todos os aspectos da nossa saúde. Porque os estrógenos se opõem ou negam as ações da testosterona, nossos meninos - e até homens adultos - são tão profundamente afetados quanto as mulheres.

À medida que fica claro aos nossos representantes políticos que esses produtos químicos estão afetando suas próprias famílias, talvez eles se inspirem a tomar providências para proteger seus eleitores. Também é o dever de cada pessoa manter um estilo de vida que seja protetor - isso, por si só, mudaria dramaticamente a economia, pois milhões de pessoas parariam de pulverizar suas casas, jardins e gramados com pesticidas. Passe a adquirir produtos orgânicos e pare de comer carne repleta de hormônios. (Você sabia que a carne de gado dos EUA é proibida na Europa, devidos aos hormônios que ela contém?).
 

Conclusão

A conclusão é que para a mulher com câncer de mama são dadas poucas opções viáveis por parte da comunidade médica. Ela não pode confiar completamente nas pesquisas ou nas recomendações sobre tratamentos médicos, e ela vive numa cultura onde se desvia o olhar das verdadeiras causas da sua doença. Assim, é preciso enorme coragem e firmeza para ir à luta e assumir a sua própria saúde, questionar seu médico e pedir respostas claras, bem como examinar cuidadosamente as alternativas. Esperamos que através deste livro possamos inspirar você a fazer exatamente isso.

Talvez este trecho de uma carta endereçada ao Dr. Lee sirva de inspiração:

"Minha mais profunda gratidão ao senhor por ter tido a coragem de me dar a sua opinião a respeito do tamoxifeno.

O senhor me aconselhou contra o seu uso, dando-me coragem suficiente para resistir ao meu insistente oncologista, que queria que eu tomasse esse remédio. Tenho vivido bem sem o tamoxifeno. Tenho feito várias mamografias de acompanhamento e fui informada que o meu outro seio está perfeitamente normal. E o seio em que fiz a excisão de nódulo apresenta-se normal e benigno.

Tenho 56 anos, estou na menopausa e uso creme com progesterona. O senhor me assegurou que o creme seria seguro, mesmo para mulheres como eu, com elevado número de receptores para estrogênio e para progesterona, explicando-me que isso significa que a progesterona pode assumir e fazer seu trabalho de interromper o câncer, quando os receptores estiverem presentes.

Quando ouvi o boato sobre os "perigos da progesterona", eu já sabia, mesmo antes de conferir, que se tratava provavelmente de uma reportagem mal feita e que na verdade se referia a progestinas sintéticas.

Graças ao senhor a minha vida tem sido bastante serena, apesar do meu diagnóstico de câncer. Acho que a progesterona também eleva o estado de humor. Eu o tenho abençoado silenciosamente muitas vezes, desde o dia em que o senhor respondeu minha carta, onde eu perguntava sobre o tamoxifeno.

Minhas bênçãos para o senhor e seu trabalho. MH."


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