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De onde vem a progesterona usada nos cremes?

Um Pouco de História
Até 1940, os únicos hormônios disponíveis no mercado eram de origem animal, injetáveis, e muito caros. Por essa época, um norte-americano, Dr. Russell Marker, já realizava pesquisas para obter hormônios a partir de plantas. Como não conseguiu suporte financeiro para prosseguir seu trabalho, resolveu buscar ajuda no exterior.
   
No México, com o aval do ministro da Saúde, o Dr. Marker iniciou pesquisas com diversas plantas ricas em saponinas. Tanto a iúca quanto a agave possuíam bastante saponinas e eram abundantes, mas como eram utilizadas para fabricar tequila, o governo mexicano não permitiu sua utilização pelo pesquisador.

Então o Dr. Marker concentrou-se numa planta também abundante, rica em saponinas e de fácil cultivo - o inhame mexicano (Dioscorea mexicana), irmão do nosso cará (também da família das Dioscoreáceas). Passaram-se então vários anos até que fosse aperfeiçoado o chamado Processo Marker de Degradação que, no início consistia de 37 etapas. 

O pesquisador passou a produzir progesterona em laboratório. Mais tarde, o método foi aprimorado, sendo reduzido para apenas 6 etapas, tornando-se economicamente viável. Começou aí a produção industrial de substâncias com estrutura hormonal -- e a produção da pílula anticoncepcional, que se tornaria, até os dias atuais, uma verdadeira mina de ouro.

Décadas mais tarde, o governo mexicano resolveu dobrar o preço da matéria prima que suas fábricas forneciam. Logo em seguida, os japoneses já estavam a campo buscando matéria prima mais barata -- a soja. Então, abriram suas próprias fábricas, derrubando os preços mexicanos. De repente, o inhame mexicano já era -- agora hormônio se fazia a partir da soja.


Inhame ou Soja?
Nenhum dos dois -- pelo menos no momento. Atualmente os maiores fornecedores de progesterona natural estão utilizando o cará (como a variedade Dioscorea nipponica) como fonte de diosgenina para sua produção.

A diosgenina é uma substância cristalina, esteroidal, que é a aglicona duma saponina encontrada em certos tipos de tubérculos, usada industrialmente como matéria prima para síntese de hormônios e anticoncepcionais.

A fórmula da diosgenina é C27H42O3. Portanto, não muito diferente da fórmula da progesterona natural, C21H30O2. Como se vê, basta acertar o número de átomos. A propósito, e para fins de comparação, a fórmula da medroxiprogesterona (a progestina, sintética, usada na terapia de reposição hormonal convencional e em pílulas anticoncepcionais) é C24H34O4.

Sim, a progesterona natural já foi produzida a partir do inhame mexicano, e também da soja. Hoje, ela é feita a partir do "cará japonês" (Dioscorea nipponica). Como se pode observar, a progesterona natural (e outros esteróides) é feita de acordo com "a planta da vez", ou seja, da planta que tiver maior disponibilidade no mercado e que for mais viável economicamente, desde que essa planta contenha bastante diosgenina, ou outra substância com estrutura molecular bem parecida com a estrutura da progesterona natural.


Inhame?
Talvez esteja na hora se esclarecer mais uma coisa. Quando o Dr. John Lee começou sua longa luta pela divulgação da progesterona natural e sua forte implicação na revisão da Terapia de Reposição Hormonal (TRH) convencional, a Internet encheu-se de sites com informações e oferta de cremes transdérmicos. De repente, o inhame tornou-se estrela, sendo citado como uma fonte bendita de matéria prima para se obter a tão maravilhosa progesterona natural. O inhame também virou símbolo de planta miraculosa para curar todos os "males da menopausa", passando também a ser oferecido como ingrediente em cremes. E muitos fornecedores, por ignorância ou má-fé, chegaram a oferecer o inhame como precursor da progesterona, afirmando que ele seria "transformado pelo organismo em progesterona" -- um legítimo absurdo, pois a síntese da
diosgenina para obtenção da progesterona somente pode ser feita em laboratório. Também no Brasil o inhame virou moda, pelas mesmas razões.

Porém, o que é chamado de "inhame" no norte do Brasil e em outros países (yam em inglês e ñame em espanhol), é o equivalente ao nosso cará (Dioscorea). O que nós chamamos de inhame é um planta da família das aráceas (Colocasia esculenta), e nada tem a ver diretamente com o "inhame" citado na literatura cibernética a respeito da produção de progesterona....


A Progesterona "Natural" é Feita em Laboratório?
Apenas a progesterona produzida pelo nosso organismo é realmente "natural". A progesterona produzida a partir de plantas, como a usada nos cremes, tem uma estrutura molecular idêntica à da progesterona produzida pelo corpo humano, daí estar sendo chamada de bioidêntica. Portanto, ambas causam os mesmos efeitos.

Conforme foi mostrado acima, a técnica consiste em transformar a molécula de alguma substância (como a diosgenina) encontrada numa planta, cuja estrutura seja semelhante, numa molécula idêntica à da progesterona natural.

A propósito, poucos se dão conta que, no caso da progestina sintética (como o acetato de medroxiprogesterona usado no Farlutal®, por exemplo), não se trata de progesterona, muito menos natural, mas sim de um progestogênio, cujos malefícios à saúde da mulher estão hoje amplamente comprovados (ver mais detalhes aqui). Essas substâncias têm estrutura semelhante à da progesterona natural (e por isso são aceitas pelos receptores das células), mas foram quimicamente alteradas apenas para poderem ser patenteadas e comercializadas com marca própria -- em contraste, a progesterona natural não poderia ser patenteada, por tratar-se de substância já encontrável na natureza (ninguém poderia patentear a molécula de H2O, por exemplo, pois a água já existe livremente na natureza).


Resumindo:

* A progesterona natural produzida fora do nosso organismo precisa passar sempre por um processo de síntese em laboratório para ter uma estrutura molecular idêntica à da progesterona produzida pelo corpo humano (bioidêntica).

* A progesterona assim processada produz os mesmos efeitos que a progesterona produzida pelo organismo humano.


* As progestinas (progestogênios) são substâncias semelhantes à progesterona, porém quimicamente alteradas a fim de poderem ser patenteadas. São prejudiciais à saúde.


* A diosgenina usada para a síntese de progesterona natural provém atualmente do tubérculo da planta conhecida como
cará no Brasil, sendo chamada de inhame em outros lugares. Mas cará (Dioscorea) é diferente de inhame (uma arácea, Colocasia esculenta).

* A progesterona natural (bioidêntica) também pode ser feita a partir da soja. A matéria prima será a "planta da vez", ou seja, aquela mais disponível no momento, mais barata, e que contenha diosgenina ou outra substância com estrutura molecular adequada em quantidade suficiente.


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